Um homem descobre que sua irmã era um lobisomem e ajuda um investigador a rastrear uma gangue de monstros pelos Estados Unidos e no Leste Europeu.
Por mais que "Howling II" faça parte da lista deste blog como mais um das enrascadas das videolocadoras, este que voz escreve se divertiu e ainda se diverte com a sequência da obra cultuada de Joe Dante produzida em 1981. Numa das locadoras que o titio aqui frequentava, ele alugava a obra de Dante (sempre querendo revisitá-la, mesmo ele tendo a mesma registrada em VHS nas extintas exibições no SBT) e era presenteado com "Howling II", uma compensação, pois a sequência com direção de Philippe Mora, nem de longe pode ser classificado como um filme ruim, pelo contrário, ele é bastante convincente. Então, mantenha-se precavido perante as várias resenhas negativas de "Howling II", ele não é nada disso que alegam, infelizmente, o retardamento dos gringos é algo contagioso, que contaminara o Brasil, já que muitos preferem não conferir a obra com seus próprios olhos e decidem fazer o trabalho de um povo americano em decadência, fazendo com que os brasileiros se portem feito retardados, repetindo tudo que saem de suas bocas e até tendo a postura de um doente mental.
A irresistível Stirba (Sybil Danning).
Com uma continuidade retroativa muito bem sacada por parte dos roteiros de Garry Brandner e Robert Sarno, "Howling II" flui naturalmente ao retratar o que aconteceu com a personagem de Dee Wallace, a repórter Karen White, que acabou se transformando num lobisomem decorrente dos eventos do filme original. Reb Brown, aquele que um dia vivera Steve Rogers na adaptação televisiva de um certo Sentinela da Liberdade, vivera o irmão de Karen, que mal sabia que, sua irmã, na verdade, estava viva, e ressuscitaria de seu túmulo, mesmo a mesma sendo alvejada por uma bala de prata, a teoria de que, tais balas, seriam a única coisa no mundo capaz de matar um licantropo.
Transformação ao vivo.
A partir de agora, "Howling II" pode apresentar alguns furos de roteiro, já que, no filme de Dante, Karen é alvejada por bala de prata, o que deveria matá-la permanentemente. Mas, Karen ressuscitara, por algum motivo especial, a pergunta que permanece é: é preciso mais do que prata para matar um lobisomem? Bom, conforme a teoria do personagem de Dick Miller, sim, pois eles voltam dos mortos se não estiverem totalmente mortos, mesmo tendo parte de seus corpos decepados, já que o processo de regeneração dessas criaturas é algo fenomenal, desmistificando a fantasia hollywoodiana de que eles morreriam somente por balas de prata, na verdade, os lobisomens são piores que baratas. Em Lua Negra, por exemplo, o personagem de Michael Paré enfatiza a teoria de que há diferentes tipos de lobisomens, reforçando o fato de que eles não aparecem somente na lua cheia, mas em qualquer lua.
Até mesmo no clássico Um Lobisomem Americano em Londres, a bala de prata é descartada, e quando Neil Jordan apresentara lobisomens numa nova vertente em A Companhia dos Lobos, é que a maldição da licantropia ganha ênfase de forma visceral, onde a cada transformação, os lobisomens rasgam a pele ao emergirem em corpos humanos.
A caçadora (Marsha Hunt).
Se no filme de Dante temos dois lobisomens (um macho e uma fêmea) se amando ao celebrarem a vinda de um novo membro ao clã das criaturas, em "Howling II" a sensualidade ganhara um destaque ainda maior, onde o braço direito da apetitosa Stirba, é o sortudo da vez ao realizar a personagem de Marcha Hunt e até mesmo a própria Stirba, que se aproveitara da suruba para se satisfazer. Os efeitos especiais práticos no momento das transformações são até hoje surpreendentes de tão perfeitos, aqui os lobisomens são feras que agem sob as ordens de Stirba, irmã de Stefan, o personagem de Christopher Lee, que inclusive, em alguns momentos, embarcara na onda do pós-punk, que prevalecera na época. Quanto um ator conceituado do cinema de horror deixa a vertente vampirística que o consagrara e tenta a sorte num personagem totalmente diferente, mas sem descaracterizá-lo, isso já é por si só fenomenal.
A trindade.
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