sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Resenha de 'O Anticristo' extraída da publicação SET Especial: 500 Vídeos.


Pelo jeito, o demônio sempre andou à solta na Itália. Na década de 70, o diabo já estava no corpo de Carla Gravina. E diabo que é diabo tem sempre um bom motivo para acontecer. A decadência das instituições e a falência da moral que já grassava por aqueles anos eram um prato cheio para o demo deitar e rolar. Para isso, ele usa a cabeça, tronco e membros da paralítica Hipolita (Gravina), traumatizada de infância, ciumenta e possessiva. Uma filha neurótica e dominada pela culpa e pela paixão por seu próprio pai (Mel Ferrer). Em suma, "fraca" do jeito que o diabo gosta. O capeta faz dela seu próprio corpo e sua esposa, transformando Carla na Antimadonna, mãe do Anticristo. Possessa, ela torna-se outra pessoa, sai andando numa boa, seduz estudantes - adolescentes de calça boca-de sino e camisa aberta até o quarto botão - e grita palavrões com todos os decibéis de que o Satã é capaz. E ainda revela ter sido uma bruxa da Idade Média, queimada pela Inquisição. Cultos satânicos, sessão de telecinese, babas, cânticos profanos (Ennio Morricone) e muito vento completam o quadro. Aterrorize-se ou divirta-se, ao gosto do freguês.


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