Era uma vez, um cineasta que fizera por merecer o sucesso em cinco filmes do personagem que ele próprio criara. Então, seu personagem desaparecera dos cinemas por um tempo, para revivê-lo, o cineasta, o retomara num novo capítulo de sua franquia, que se sucedera em seus dois últimos filmes, mas, diferente dos filmes que iconizaram o seu personagem, os dois últimos se tornaram filmes genéricos e, o último, apresentara uma solução que generalizara todo o conceito que o cineasta criara e estabelecera no seu personagem.
Na época, o cineasta era dotado de personalidade, os filmes podiam ser ruins, mas, ele não medira esforços para que o seu personagem roubasse a cena a cada momento com o seu politicamente incorreto. O cineasta, fora criticado no quinto filme de sua franquia, onde o estúdio atendera como um filme "gay" demais, quando, na verdade, a falácia, fora uma forma de convencer as pessoas de que, o quinto filme, era exatamente isso, quando, na verdade, não era, e sim apenas um filme simplório, Trash, seu propósito era divertir, apenas isso.
Os dois últimos filmes do cineasta, foram tão genéricos que, uma retomada de seu personagem ocorrera em 2019, apresentando-o como uma inteligência artificial que, no final da trama, conseguira comandar todos os brinquedos, criando um exército dos mesmos, detalhe, nenhuma generalização fora apresentada na retomada, na mesma, uma inteligência artificial fugira ao controle e decidira causar o caos, enquanto que, no último filme do cineasta, seu personagem icônico adquirira o poder de dividir a sua alma para vários bonecos, generalizando o conceito simples e eficaz de sua obra original, em que um assassino é alvejado por um detetive que o caçara e, próximo de morte, ele usara de vodu para transferir a sua alma para o corpo de um boneco de plástico e, decidindo voltar a ser um humano, o assassino atormentará uma criança para que ele pudesse passar a sua alma para o corpo desta. Quando o assassino se dá conta de que a criança se tornara um adulto, ele tentara o procedimento com outra criança e, fracassando novamente, no quinto filme ele decidira viver no corpo de um boneco.
O personagem gay, sofrera intimidações pesadas de outros personagens, incluindo uma adolescente que, para humilhar o personagem, se caracterizara como o seu pai, o mesmo que acabara de morrer pelas mãos do boneco assassino. De repente, quando o boneco despertara a atenção dos adolescentes, a vítima e a intimidadora resolvem tudo em praticamente três linha de roteiro, UAU! Isso sim é o que eu chamo de progressão, de evolução, a evolução que temos que abraçar de um cineasta, hoje, preso no seu castelinho, se você deseja entender o seu propósito, abrace o que ele tem para oferecer, mesmo o cineasta jogando migalhas como recompensa.
Flashbacks, deveras exaustivos e alguns até interessantes, emendam a série, quando voltamos ao presente, os adolescentes são o foco, incluindo outro personagem que se aproximara daquele que fora vítima de intimidações. Autismo, câncer, assassinatos brutais, é o que faz o telespectador acompanhar a série, já que, tais temáticas, são muito mais promissoras do que o tema em questão que é simplesmente mal trabalhado pelo cineasta, não dando ênfase ao drama e sim ao pop e ao exageradamente emotivo, incluindo trilhas sonoras melosas e foras de contexto com o que as cenas apresentam.
É, de fato, ofensivo, e muito fácil, mesmo com atuações absurdamente inexpressivas, culpar o elenco adolescente pelo quão insuportável o seriado se tornara, a culpa, é do cineasta, fortemente tendencioso no que a sua série se propôs, a troca do incorreto pelo politicamente correto. Vale ressaltar que, casais heterossexuais, incluindo os pais da personagem que, de intimidadora, agora se tornara a vítima que não é levada a sério pelos mesmos, os pais do namorado da mesma, a esposa de outro casal hétero que descobrira que sofrera de câncer e recusara o tratamento de quimioterapia, enfim, se tornam apenas um pretexto para que o cineasta dê mais enfoque no relacionamento entre dois garotos homossexuais.
A mudança brusca de tom da série, deixara qualquer um com repudia da mesma, é impossível aceitar que, o boneco assassino, causando mortes por onde passara, simplesmente não fora suficiente para despertar um sentimento de pavor nos personagens para que eles sofram com a perda, em uma cena do sexto episódio, o boneco, provocara a morte da mãe de um dos personagens gays, o personagem, é incapaz de transmitir emoção, mesmo presenciando a mãe caída no chão com o pescoço quebrado, no funeral da mesma, ficara ainda pior, ele está mais preocupado em dar um tempo no seu relacionamento amoroso (com o protagonista gay), mas, jurando amá-lo até a morte.
Sem ideias para trabalhar a trama, o cineasta, retomara a solução do sétimo filme de sua franquia, bonecos assassinos por toda a parte. Um personagem que absorvera coisas ruins, tornando-se um assassino, decidira tirar a própria vida depois de se voltar contra quem o influenciara a se tornar um, o mesmo personagem que, no penúltimo episódio da primeira temporada da série, assassinara brutalmente o seu pai. Todas as oportunidades para esse personagem ser trabalhado, decorrente de seu desequilíbrio mental, são descartadas.
Meus agradecimentos ao cineasta, e que venham mais temporadas dessa atrocidade, aliás, os que levantam bandeiras, são os mesmos que vão esquecer a série.
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