terça-feira, 14 de abril de 2020

Tubarão (1975) x E.T.: O Extraterrestre (1982)


Tubarão continua se mantendo como um suspense assustador?


E.T. ainda funciona para os tempos de hoje?

Duas obras dirigidas por Steven Spielberg que foram reexibidas na Bandeirantes no domingo de páscoa da semana passada... como um ato de caridade aos telespectadores retros. Remasterizado... Tubarão continua se mantendo após uma década desde seu lançamento... um gigantesco tubarão branco mecânico ainda é capaz de fazer com que você pense duas vezes antes de você entrar na água. O filme se segura não apenas no bicho... mas também num grande elenco e num roteiro baseado na obra de Peter Benchley... que inclusive faz sua respectiva aparição em certo momento da trama. Tubarão possui uma história bastante simples... uma praia é invadida pelo monstro e cabe ao chefe de policial impedir que o bicho devore mais banhistas. Para isso o chefe precisa do compreendimento dos seus superiores e do arrogante dono da praia da ilha de Amity... afinal não importa se um monstro anda rondando o lugar e fazendo novas vítimas... o que importa é o dinheiro que o dono receberá dos pobres infelizes.


Chefe de polícia versus o gigantesco tubarão branco mecânico.

O chefe ainda precisa se assegurar pela vida de seus dois filhos... decidindo se volta para a turbulenta Nova Iorque ou se permanece na ilha até o problema do predador se dar por encerrado. Vemos um milagre... um veterano em matar tubarões... e com uma história sombria narrada pelo mesmo de quando presenciou seus companheiros serem mortos pelo monstro quando trouxe consigo a bomba de Hiroshima. Acontece que o veterano é um falastrão... e tão pouco humilde ao renegar a colaboração do chefe e até de um perito em tubarões. O chefe é enganado facilmente quando é convencido de que a matança terminara quando alguns inúteis capturam um mero tubarão tigre... uma questão de tempo até que o monstro faça novas vítimas. O monstro gigantesco em formato de tubarão branco é um predador bastante raro... portanto cabe ao chefe... ao perito e ao veterano partirem para a caça... tudo isso num barco envelhecido em que o veterano faz questão de detoná-lo para que os três simplesmente dependam apenas de seus salva-vidas.


Morte cabulosa.

Tubarão ainda pode mexer com os nervos dos mais sensíveis. Ele ganhou uma segunda sequência até uma terceira (mediana) e uma quarta mal explorada ao sabermos o destino do chefe de polícia.

E.T.: O Extraterrestre... é o oposto nessa batalha entre dois filmes dirigidos pelo mesmo diretor. Coincidindo mais com o clima de páscoa... mas decepcionando ao ser revisto após tantos anos. A história é até tocante... não há como desmerecê-la... mas o clima é demasiadamente enraizado em épocas oitentistas abrindo espaço para a liberdade por conta da frieza por parte da atuação do elenco... não importando a mensagem sobre amizade e até a inocência enraizada da época. Mas se você analisar para os tempos de hoje... a fábula de Spielberg com roteiro de Melissa Mathison decai se comparado com outros filmes com temáticas alienígenas que não precisam ser necessariamente ingênuas... mas são ao menos muito bem desenvolvidas... tornando-se marcantes... como o memorável "Starman: O Homem das Estrelas".


Alienígena perdido na Terra.

A trama: um alienígena cai na Terra... sua nave deixa alguns rastros que serão explorados por especialistas na área. Um garoto tem seu primeiro contato com o extraterrestre... ele é um garoto rejeitado pelos mais velhos... aquele tipo de que só será aceito por eles se fizer algum favor em especial. Ele faz amizade com o ser... e inacreditavelmente... ninguém se dá conta de que o garoto esconde um alienígena no armário... com exceção de seu irmão mais velho e de sua irmãzinha (a ainda pequenina Drew Barrymore). O alienígena pota fazer o barulho que for... que a mãe... divorciada ou sabe-se lá o que aconteceu com a personagem de Dee Wallace... está distante demais para ouvir ou para se importar se algo sério aconteceu com seus filhos. Uma ingenuidade forçada que acarreta em um erro grotesco de roteiro similar aos Goonies (também de Spielberg)... que ao meu ver... passaria batido quando se é criança... mas quando se adquire um conhecimento sobre cinema... o roteiro cai por terra... e a trama se torna desinteressante. E a fábula de Spielberg sequer é uma produção Trash... se fosse o caso... o erro com certeza seria encarado numa boa.


Dee Wallace e seus filhotes... ou... alguns deles.


Guri especialista em atuações forçadas.

E eis que vem a pior parte... a atuação do menino-guia do extraterrestre... mas antes de comentar sobre ela... quero ressaltar aqui que não tenho quaisquer lembranças de quando assisti E.T. pela primeira vez nos cinemas. Tudo de que me recordo é de estar na sala de cinema e depois ter como recordação um boneco articulado do alienígena... que o Hulk esmagaria logo depois (Hulkboy®... o provocador). Enfim... o menino... por alguma razão em especial... sente as vibrações do ser... ele sente o que o alienígena sente. E aí nos deparamos com uma cena patética dentro da escola... onde o guri ignora solenemente os olhares da pequena Erika Eleniak... apaixonada por um moleque arrogante e tão pouco carismático... que agora com a posse de um alienígena... se acha mais do que os outros. Enquanto que E.T. ... totalmente confuso... não sabe o que fazer dentro da casa do guri... o que eles fizeram para que um sentisse as vibrações do outro (vibrações? Seeeei)? Portanto descobrimos que só o garoto... o primeiro que descobrira a existência do ser... teria tamanho privilégio... pois eles criaram um vínculo (ligação) entre eles.


Deixaram de lado a personagem da Drew Barrymore.

E quando pensamos que algo poderia resgatar o espírito de uma fábula oitentista... piora cada vez mais na atuação do guri... a planta mucha que simplesmente desabrocha... assim como E.T. ... quando este se encontra nas portas da morte... com um momento que deveria por obrigação ser uma cena pra lá de emocionante... se transforma num pastelão de festinha 80's para xaropes... por conta da atuação patética do guri com suas pseudo-malandragens... e com a trilha sonora de John Williams de fundo. Prometi pra mim mesmo que essa foi a primeira e última vez que vejo esse filme após eu ter sido levado por sabe-se lá qual motivo ao cinema para assisti-lo. Claro que os efeitos especiais do alienígena... assim como o de Tubarão... são eficazes... ainda mais na parte da maquiagem... mas de resto temos alguns efeitos bastante datados como os ciclistas voando pelos ares (com direito a pedalada e tudo). Mas o que esse filme peca é nas derrapadas do roteiro e na atuação dos atores... o que hoje se torna bastante visível.


Bicicletas voadoras.








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